Apesar do amplo apoio da população brasileira, a PEC, conhecida como Emenda Dante de Oliveira em homenagem ao deputado pelo Mato Grosso e primeiro signatário do texto, não foi aprovada pela Câmara dos Deputados em 25 de abril de 1984. Esse momento histórico foi relembrado durante a sessão no Senado, onde diversos discursos ressaltaram a importância e o impacto desse movimento na história do país.
O senador Wellington Fagundes, autor do requerimento para a realização da sessão, destacou a relevância da mobilização das Diretas Já, ressaltando que a vontade popular foi o principal impulsionador desse movimento. A jornalista Dora Kramer, convidada para falar durante a homenagem, enfatizou que o movimento das Diretas Já foi fundamental para a abertura democrática no Brasil.
Thelma de Oliveira, viúva de Dante de Oliveira, destacou a natureza democrática e visionária do ex-deputado, ressaltando sua contribuição para a luta pela redemocratização do país. E Inês Martins de Oliveira, irmã de Dante, explicou a estratégia que ele desenvolveu para avançar no movimento, dialogando com diversos grupos e evitando confrontos diretos.
O contexto histórico da época, marcado pela abertura política nos governos de Ernesto Geisel e João Figueiredo, foi fundamental para a mobilização das Diretas Já. A proposta de emenda constitucional apresentada por Dante de Oliveira gerou expectativa em todo o país, mas não obteve os votos necessários na Câmara dos Deputados.
Mesmo sem a aprovação das eleições diretas, Tancredo Neves foi eleito presidente em 1985, fruto de uma ampla aliança política. O movimento das Diretas Já deixou um legado importante para a história política do Brasil, demonstrando a força e a mobilização da sociedade em busca de mudanças democráticas.