De acordo com a denúncia feita pelos promotores, os policiais militares forneciam informações privilegiadas aos membros do grupo criminoso, o que possibilitava a eles escaparem de investigações. Além disso, os agentes de segurança também disponibilizavam armas e uniformes para os milicianos.
Segundo a assessoria do Ministério Público do Rio de Janeiro, entre os alvos da operação está um homem que já foi preso temporariamente por suspeita de participação em um assassinato. Este indivíduo, que atualmente fingia ser um policial civil, utilizava um uniforme oficial, uma arma e um distintivo, além de ter acesso livre a delegacias e participar de operações dentro de carros oficiais.
Durante a operação, foi apreendido um talão intitulado “Papa Mike Cred”, que supostamente era utilizado para registrar pagamentos de propina. Os promotores afirmam que a rede criminosa descoberta envolvia áudios que ordenavam cobranças de taxas, compra de material bélico e pagamentos de propina a policiais militares e civis.
Um dos denunciados, que exercia uma função de liderança na milícia da Comunidade Bateau Mouche até o final de 2021, teria se desligado do grupo criminoso e passado a integrar a ‘Milícia do Zinho’, que atua em outras localidades da zona oeste. Zinho, também conhecido como Luis Antonio da Silva Braga, foi preso pela Polícia Federal na véspera de Natal e é apontado como líder da maior milícia do estado.
Até o momento, a Polícia Militar ainda não se pronunciou sobre o caso. A operação da Promotoria do Rio de Janeiro evidencia a complexidade e o alcance das milícias na cidade, assim como a preocupação das autoridades em desmantelar essas organizações criminosas que atuam de forma violenta e corrupta em diversas comunidades.