Justiça de São Paulo absolve Marcola e familiares em processo por lavagem de dinheiro e ocultação de bens

A Justiça de São Paulo absolveu nesta terça-feira (24) Marco Willians Herbas Camacho, mais conhecido como Marcola, junto com sua esposa, seus sogros e mais duas pessoas em um processo no qual eram réus por lavagem de dinheiro e ocultação de bens. A acusação era de que estavam ocultando a propriedade de uma casa em um condomínio em Carapicuíba (SP) e a origem do dinheiro movimentado por um salão de beleza de propriedade da esposa de Marcola, Cynt Cynthia Giglioti Herbas Camacho.

O juiz Leonardo Valente Barreiros, da 1ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens da capital, decidiu pela absolvição após considerar que a Polícia Civil obteve de forma ilegal um relatório de inteligência do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) e não conseguiu provar a ocorrência de qualquer crime.

Foi determinada a anulação das provas obtidas com base no relatório do Coaf, incluindo aquelas coletadas durante buscas nas residências de familiares de Marcola, uma vez que as autorizações para essas ações foram concedidas com base nas informações do órgão de controle financeiro.

Marcola, conhecido por ser o chefe da facção criminosa PCC, cumpre pena de mais de 240 anos de prisão por crimes como roubo a banco, tráfico de drogas e envolvimento com o crime organizado. A acusação do Ministério Público de São Paulo se baseava nas investigações da Polícia Civil, que alegava que a família estava ocultando a aquisição de uma casa luxuosa em Carapicuíba e lavando dinheiro através do salão Divas Hair na zona norte da capital.

O magistrado, ao proferir a sentença, destacou que não havia indícios de ocultação da propriedade da casa em Carapicuíba e que não foi comprovado que o imóvel foi adquirido com dinheiro ilícito. Sobre a acusação de lavagem de dinheiro no salão de beleza, o juiz considerou que o volume movimentado era compatível com os serviços prestados e que não havia provas de que os valores depositados eram originários de atividades criminosas.

O advogado de Marcola, Bruno Ferullo, afirmou que a decisão foi acertada, pois não houve evidências de que os réus estavam envolvidos em práticas ilícitas de forma habitual. Ele também destacou que durante a instrução do processo, nenhuma prova foi apresentada para respaldar as acusações do Ministério Público.

Portanto, a absolvição de Marcola e dos demais réus nesse processo representa um desfecho favorável para eles, encerrando as acusações de lavagem de dinheiro e ocultação de bens por falta de provas concretas que comprovassem tais crimes.

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