A maioria das famílias afetadas pelo déficit habitacional no Brasil possui uma renda domiciliar de até dois salários mínimos, sendo 74,5% enquadradas na Faixa 1 do Programa Minha Casa, Minha Vida do governo federal. Um dos principais aspectos que contribuem para esse cenário é o ônus excessivo com o aluguel urbano, afetando famílias com renda domiciliar de até três salários mínimos, sendo que 52,2% do déficit habitacional é atribuído a esse fator.
A crise sanitária e econômica recente agravou ainda mais a situação, deixando muitas famílias sem renda e com a necessidade urgente de uma nova moradia. De acordo com Socorro Leite, diretora executiva da ONG Habitat para a Humanidade Brasil, é essencial a implementação de políticas públicas contínuas, investimentos em infraestrutura habitacional e aumento de renda para lidar com esse problema.
Mulheres representam a maioria dos responsáveis pelos domicílios afetados pelo déficit habitacional, com 62,6% do total, enquanto pessoas negras, com exceção da região Sul, são maioria em praticamente todos os componentes desse indicador.
Os números divididos por região mostram que o déficit habitacional absoluto é distribuído da seguinte forma: 773.329 no Norte, 1.761.032 no Nordeste, 499.685 no Centro-Oeste, 2.433.642 no Sudeste e 737.626 na região Sul. As habitações precárias são o principal problema no Norte e no Nordeste, enquanto o ônus excessivo com o aluguel urbano predomina no Sudeste, Sul e Centro-Oeste.
Esses dados foram obtidos através da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua do IBGE e do Cadastro Único para Programas Sociais. A situação do déficit habitacional no Brasil exige medidas urgentes para garantir moradia digna para todas as famílias.