Do outro lado, a Brazil Iron se defende, alegando seguir práticas de “mineração verde”, com uso de energia renovável e menor emissão de carbono. A empresa afirma ter descoberto uma reserva de ferro importante para o planeta, essencial para a fabricação de trens e carros elétricos. No entanto, a Defensoria Pública da União e o Ministério Público da Bahia abriram processos contra a empresa, buscando indenizações para as famílias afetadas.
O embate ganhou uma dimensão internacional, com cerca de 80 famílias da região de Piatã apresentando queixa formal em um tribunal de Londres por supostos impactos ambientais e prejuízos à saúde causados pela mineração. Enquanto as operações da Brazil Iron foram interditadas pelo governo da Bahia, a empresa planeja retomar as atividades e expandir a mineração para outras áreas da Chapada Diamantina.
Enquanto isso, a prefeitura de Piatã celebra os ganhos econômicos gerados pela mineração, com a arrecadação de royalties e a criação de empregos. No entanto, a população local está dividida, com alguns moradores apoiando a empresa e outros resistindo à sua presença na região.
Essa controvérsia coloca em evidência questões fundamentais sobre a exploração mineral e a preservação ambiental em uma das regiões mais exuberantes do Brasil. A busca por um equilíbrio entre desenvolvimento econômico e sustentabilidade ambiental é o cerne desse conflito, que envolve não apenas interesses locais, mas também questões de ordem global e responsabilidade socioambiental das empresas.