Laudo do IML contradiz versão policial sobre morte de atendente de farmácia em rodovia de Santos, revelando dois disparos.

Na última semana, um laudo do Instituto Médico-Legal (IML) trouxe à tona contradições em relação à versão apresentada por um policial militar sobre a morte do atendente de farmácia Luan dos Santos, de 32 anos, ocorrida em 16 de fevereiro deste ano no litoral paulista.

Segundo o relato inicial do policial, o disparo que atingiu Luan teria sido acidental e único. No entanto, o médico-legista responsável pelo laudo apontou que a vítima foi atingida por dois projéteis disparados por arma de fogo. O exame revelou ferimentos graves no tórax, pulmões e antebraço de Luan, demonstrando um cenário mais complexo do que inicialmente descrito.

O caso ocorreu durante a chamada Operação Verão, uma ação policial na Baixada Santista que resultou na morte de ao menos 56 pessoas. Porém, a morte de Luan não foi contabilizada nas estatísticas oficiais da operação, gerando questionamentos sobre a transparência e a coerência das informações divulgadas pelas autoridades.

Diante das controvérsias levantadas pelo laudo do IML, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que o caso está sob investigação da 3ª Delegacia de Homicídios em Santos, com acompanhamento do Ministério Público e do Poder Judiciário. A Polícia Militar também instaurou um Inquérito Policial Militar para apurar os fatos.

Familiares de Luan, como seu irmão Maicon dos Santos, reagiram indignados com a revelação do laudo, questionando a conduta do policial envolvido no caso. A gestão municipal também se pronunciou, desmentindo os detalhes apresentados no documento do IML e afirmando que o suspeito teria sido atingido por duas perfurações e não por disparos acidentais.

O desdobramento deste caso demonstra a importância de uma investigação minuciosa e imparcial para esclarecer as circunstâncias que envolveram a morte de Luan dos Santos. As autoridades competentes devem garantir a transparência e a justiça na apuração dos fatos, a fim de evitar que casos de violência policial como esse fiquem impunes.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo