Subir até o local da Ouvidoria requer o uso de um antigo elevador de manivela, operado por um vigilante que se desdobra nas funções de ascensorista. A falta de ar-condicionado, a presença constante de insetos e o piso taqueado são alguns dos exemplos dados por Claudinho para ilustrar as condições adversas do imóvel.
Além das questões estruturais, o ouvidor também destaca as dificuldades enfrentadas para ter acesso a boletins de ocorrência, perícias e outros documentos emitidos pelas polícias Civil, Militar e Científica do estado. Essa falta de transparência prejudica a capacidade da Ouvidoria de acompanhar e investigar denúncias de abusos e excessos cometidos por agentes de segurança em serviço.
Claudinho não economiza críticas ao governador Tarcísio de Freitas e ao secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, responsáveis por uma política de confronto que, segundo ele, tem contribuído para o aumento de mortes causadas por policiais no estado. A falta de diálogo com as autoridades e a postura repressiva adotada pelas forças de segurança são fontes de preocupação para o ouvidor.
Apesar dos desafios enfrentados, Claudinho destaca a importância do papel desempenhado pela Ouvidoria como um escudo para a população injustiçada. Sua trajetória de vida, marcada pela militância no movimento negro e no hip hop, reflete seu compromisso com as questões sociais e seu desejo de promover mudanças positivas na segurança pública.
Com seu mandato previsto para encerrar no final de 2024, o futuro político de Claudinho ainda é incerto, mas ele não descarta a possibilidade de se lançar como candidato a um cargo eletivo no futuro. Independente do caminho que escolher seguir, seu compromisso com a defesa dos direitos humanos e a busca por uma segurança pública mais justa e eficiente parecem ser constantes em sua trajetória.