A paralisação da travessia ocorreu na sexta-feira (19) depois que uma embarcação brasileira foi retida ilegalmente por populares na fronteira boliviana, como informou a Polícia Federal. O motivo da ação teria sido uma retaliação à apreensão de outra embarcação com mercadorias contrabandeadas da Bolívia.
O sequestro da embarcação brasileira ocorreu logo após a mesma atracar em Guayaramerin, na Bolívia, na tarde de sexta-feira. Dois tripulantes que estavam a bordo do barco foram mantidos em cárcere por algumas horas pelos manifestantes bolivianos e depois liberados. Durante o protesto, cerca de dez homens retiraram a embarcação da água, o que causou confusão e resultou na intervenção da polícia local para garantir a segurança no porto.
Na tentativa de amenizar a situação, barcos bolivianos foram autorizados a cruzar a fronteira sob escolta na sexta-feira à noite, permitindo que pessoas, incluindo crianças e brasileiros que estudam na Bolívia, retornassem para casa.
Após quatro dias de negociações na fronteira, a embarcação brasileira foi escoltada de volta ao porto na segunda-feira pela Marinha da Bolívia, viabilizando a retomada das operações no local. A Polícia Federal informou que a Receita Federal instaurou um procedimento administrativo-fiscal para o perdimento do barco e da mercadoria boliviana apreendida.
A reabertura do porto de Guajará-Mirim representa não apenas o restabelecimento das atividades comerciais na região, mas também a resolução de um impasse que gerou tensões entre Brasil e Bolívia nos últimos dias. Agora, a expectativa é de que a normalidade seja retomada e que as relações entre os países vizinhos se restabeleçam.