CPI da Braskem convoca técnicos para esclarecer relatórios sobre afundamento de solo em Maceió em oitiva nesta quarta-feira

A CPI da Braskem terá mais um dia de depoimentos importantes nesta quarta-feira (24). O senador Rogério Carvalho, relator da comissão, sugeriu a convocação de três técnicos e representantes de empresas que prestaram serviços de consultoria para a mineradora. A expectativa é que essas oitivas tragam novos detalhes sobre as investigações em relação ao afundamento do solo em Maceió.

Um dos depoentes será o engenheiro Alvaro Maia da Costa, responsável por um relatório técnico da empresa Modecom. Este documento, datado de 2021, analisou a geomecânica das cavernas de extração de sal-gema pela Braskem na capital alagoana, região que sofreu com o afundamento em diversos bairros. Durante seu depoimento, espera-se que Costa forneça informações mais detalhadas sobre os estudos realizados e as condições geológicas da área explorada pela mineradora.

Outro depoente será o engenheiro Roberto Fernando dos Santos Faria, da empresa Concrete Ltda, que apresentou um relatório técnico em 2018 sobre as estruturas próximas às minas de sal-gema. Neste relatório, apontou-se que os problemas estruturais identificados na região estavam relacionados a falhas tecnológicas e falta de manutenção, e não à atividade de mineração da Braskem. No entanto, estudos posteriores comprovaram o contrário, mostrando que a empresa foi responsável pelo desastre ambiental.

O terceiro depoimento programado é o de Vitor José Campos Bourbon, engenheiro de controle e automação da empresa Flodim, contratada pela Braskem para realizar exames de sonar e analisar a estabilidade das cavernas de mineração em Maceió. Segundo informações do relator Rogério Carvalho, os exames não foram realizados conforme o exigido no plano de lavra, e a empresa descartou a existência de danos diretos causados pela atividade de extração de sal-gema em um documento de 2013.

A CPI da Braskem foi iniciada para investigar as consequências do afundamento do solo nas áreas próximas às minas da empresa em Maceió. Desde 2018, foram registrados tremores na região, levando a prejuízos bilionários e afetando milhares de vítimas na capital alagoana. Presidida pelo senador Omar Aziz, a comissão tem prazo para funcionar até o dia 22 de maio, podendo ser prorrogado. Novos desdobramentos são aguardados à medida que os depoimentos avançam.

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