Ato com Bolsonaro busca intimidar STF e reforçar união da direita nas urnas, diz analista em manifestação no Rio

Na tarde deste domingo (21/04), o Rio de Janeiro foi palco de um ato em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro, que teve como principal objetivo unificar sua base eleitoral e intimidar o Supremo Tribunal Federal (STF) em meio às investigações sobre uma possível tentativa de golpe de Estado. O sociólogo, cientista político e presidente do Instituto Cultiva, Rudá Ricci, destacou que a manifestação visava criar um clima de tensão para adiar um possível julgamento do ex-presidente em setembro, conforme informações vindas de fontes em Brasília.

Além disso, em ano de eleições municipais, o ato também teve a intenção de demonstrar a força da base bolsonarista para a disputa eleitoral. Rudá ressaltou a disputa de terreno entre o bolsonarismo e o Centrão, que possui uma grande quantidade de deputados federais ligados aos prefeitos. Já o cientista político e professor da PUC Minas, Malco Camargos, considerou que o ato mostrou força popular, mas que a força institucional ainda prevalece sobre a popular.

O cientista político e professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Rodrigo Prando, observou que a narrativa de perseguição política criada por Bolsonaro e seus apoiadores não tem respaldo na realidade, mas consegue colocá-lo em uma posição vitimizada. Ele ressaltou que tanto Bolsonaro quanto o empresário Elon Musk, protagonista de um embate com o ministro Alexandre de Moraes do STF, se colocam como defensores da liberdade de expressão, porém cometem crimes e atacam as instituições.

Durante o ato, Bolsonaro mencionou o empresário como prova de que a democracia brasileira está em decadência devido à suspensão de contas na rede social X (antigo Twitter) que propagavam fake news. O cientista político Maurício Santoro, colaborador do Centro de Estudos Político-Estratégicos da Marinha, destacou que Musk se tornou um personagem nas disputas partidárias no Brasil e que as forças pró-Bolsonaro enfrentam muitas restrições no campo das mídias digitais, especialmente devido ao inquérito do STF sobre fake news.

Assim, o ato realizado no Rio de Janeiro teve grande relevância política e demonstrou uma tentativa de fortalecimento da base bolsonarista, além de evidenciar os desafios enfrentados pelos apoiadores do ex-presidente no cenário atual das eleições municipais e da polarização política no país.

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