Além disso, em ano de eleições municipais, o ato também teve a intenção de demonstrar a força da base bolsonarista para a disputa eleitoral. Rudá ressaltou a disputa de terreno entre o bolsonarismo e o Centrão, que possui uma grande quantidade de deputados federais ligados aos prefeitos. Já o cientista político e professor da PUC Minas, Malco Camargos, considerou que o ato mostrou força popular, mas que a força institucional ainda prevalece sobre a popular.
O cientista político e professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Rodrigo Prando, observou que a narrativa de perseguição política criada por Bolsonaro e seus apoiadores não tem respaldo na realidade, mas consegue colocá-lo em uma posição vitimizada. Ele ressaltou que tanto Bolsonaro quanto o empresário Elon Musk, protagonista de um embate com o ministro Alexandre de Moraes do STF, se colocam como defensores da liberdade de expressão, porém cometem crimes e atacam as instituições.
Durante o ato, Bolsonaro mencionou o empresário como prova de que a democracia brasileira está em decadência devido à suspensão de contas na rede social X (antigo Twitter) que propagavam fake news. O cientista político Maurício Santoro, colaborador do Centro de Estudos Político-Estratégicos da Marinha, destacou que Musk se tornou um personagem nas disputas partidárias no Brasil e que as forças pró-Bolsonaro enfrentam muitas restrições no campo das mídias digitais, especialmente devido ao inquérito do STF sobre fake news.
Assim, o ato realizado no Rio de Janeiro teve grande relevância política e demonstrou uma tentativa de fortalecimento da base bolsonarista, além de evidenciar os desafios enfrentados pelos apoiadores do ex-presidente no cenário atual das eleições municipais e da polarização política no país.