Nelly, que atuou na Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), também foi pioneiro no cultivo de outros alimentos no sertão, como cebola, tomate e melão. Sua passagem pela estatal foi marcada por ousadia e visão de futuro, resultando em projetos inovadores que abriram caminho para o desenvolvimento da agricultura na região.
Após sua saída da Codevasf, Nelly enfrentou desafios como empreendedor, incluindo uma cheia do rio São Francisco que devastou sua plantação de cebolas. No entanto, sua determinação o levou a fundar uma empresa de engenharia de irrigação, onde desenvolveu projetos no Brasil e no exterior.
Além de seu trabalho incansável, Nelly era conhecido por sua paixão pelo vinho e por sua dedicação ao estudo da irrigação. Sua trajetória de sucesso foi marcada por reconhecimentos, como os títulos de Cidadão Petrolinense e Cidadão Pernambucano, além do auditório da Codevasf em Juazeiro (BA) que leva seu nome.
Mas João Nelly era muito mais do que um agrônomo visionário. De família presbiteriana, era uma pessoa religiosa que prezava pela música, pela família e pela saúde. Seu legado inclui oito filhos, 11 netos e seis bisnetos, frutos de um casamento que durou até seu último dia. Sua partida, aos 95 anos, deixa um vazio na agricultura do Brasil, mas seu exemplo de dedicação e inovação continua a inspirar as gerações futuras.