Ao refletir sobre a diferença entre a poesia e a crônica, o autor considera que enquanto a poesia se esconde e demanda uma busca constante, a crônica se revela de forma mais evidente em nosso cotidiano, exigindo apenas que se agarre a um tema próximo e se busque extrair dele sua essência. A questão da origem das ideias para escrever também é abordada, com uma crítica à busca por explicações místicas, sugerindo que a criatividade pode surgir da observação do mundo ao nosso redor e da capacidade de expressar a vida de forma precisa através das palavras.
A influência de um pai escritor irreverente na formação do autor é destacada, ressaltando a importância de utilizar a linguagem de forma autêntica e acessível, sem a formalidade muitas vezes associada aos escritores em um país subdesenvolvido. Ao citar grandes nomes da literatura brasileira, como Guimarães Rosa e Graciliano Ramos, o autor enfatiza a necessidade de utilizar as palavras de forma direta e significativa, evitando o uso de termos genéricos como “coisa” e buscando uma representação fiel da realidade.
Por fim, o autor menciona seu parceiro de trabalho, Chico Mattoso, e uma curiosa situação envolvendo fotos de Truffaut, Hitchcock e Frida Kahlo em sua estante, sugerindo que essa cena poderia servir como ponto de partida para uma crônica. Com uma escrita envolvente e reflexiva, o autor do texto demonstra uma profunda articulação entre a poesia e a crônica, explorando a riqueza das palavras e a complexidade da expressão literária.