Essa liderança de Bogotá tem motivado a Colômbia a preparar uma licitação para dobrar sua frota elétrica de ônibus, ultrapassando a marca de 3.000 veículos. Enquanto isso, em São Paulo, apenas 0,9% da frota é elétrica, totalizando 118 veículos em um sistema de transporte público com 13.289 coletivos.
A responsável por esse avanço da eletrificação em Bogotá é a TransMilenio, empresa pública que gerencia o transporte coletivo da cidade. De acordo com a diretora de planejamento da entidade, Deysi Rodríguez, os 1.486 coletivos elétricos geram uma redução anual de 94 mil toneladas de gás carbônico, evidenciando os benefícios ambientais dessa transição.
No entanto, em São Paulo, a gestão de Ricardo Nunes tem enfrentado dificuldades para cumprir a promessa de aumentar a frota de ônibus elétricos para 2.600 veículos até o final do ano. A principal barreira tem sido a falta de garagens com infraestrutura adequada para recarregar os veículos, sendo a Enel apontada como a principal responsável pela demora nesse processo.
Especialistas apontam que a diferença de avanço entre Bogotá e São Paulo se deve à abordagem adotada por cada cidade, sendo que a capital colombiana assumiu a responsabilidade pela eletrificação do transporte público e separou as etapas do contrato, enquanto em São Paulo, a prefeitura espera que o setor privado resolva a questão do carregamento.
Diante dos desafios e das iniciativas bem-sucedidas em Bogotá, a Colômbia tem se tornado um polo atrativo para as principais montadoras do setor de ônibus elétricos, como a chinesa BYD, que fabricou a maioria dos veículos da frota de Bogotá. Com incentivos fiscais e segurança jurídica nas licitações, a capital colombiana tem se destacado como referência em mobilidade sustentável na América Latina.