Os números revelam que os 10% da população de maior renda domiciliar por pessoa tiveram um rendimento mensal médio de R$ 7.580 em 2023, enquanto os 40% com menor renda obtiveram R$ 527. Estes valores representam recordes para cada faixa de renda analisada.
Em comparação mais extrema, o 1% da população com maior rendimento teve uma renda mensal de R$ 20.664, o que equivale a 39,2 vezes a renda dos 40% com menor renda. Em 2019, esse índice chegou a 48,9 vezes, o maior já registrado.
A análise histórica do IBGE aponta que desde 2012, os menores rendimentos registraram um crescimento proporcionalmente superior aos do topo da pirâmide. Entre 2019 e 2023, os 40% da população com menores rendas tiveram um aumento de 19,2%, enquanto os 10% com maiores rendimentos aumentaram apenas 1,51%.
Segundo o analista da pesquisa, Gustavo Geaquinto, essa redução da desigualdade pode ser explicada por fatores como o aumento do salário mínimo acima da inflação, a expansão do mercado de trabalho e os programas sociais, como o Bolsa Família. Em 2023, o salário mínimo teve dois reajustes e passou a valer R$ 1.320.
A concentração da renda no Brasil também foi destacada pela pesquisa, mostrando que os 10% mais ricos detinham 41% da massa de rendimentos, enquanto os 10% mais pobres representavam apenas 1,1%. Esses números revelam um cenário de desigualdade significativa, apesar da redução observada nos últimos anos.
O Índice de Gini, que mede a concentração de renda da população, ficou em 0,518 em 2023, o menor já registrado pela série histórica. Esse indicador, que varia de 0 a 1, demonstra que a desigualdade de renda no Brasil está em um patamar mais baixo, mas ainda são necessárias ações para promover uma distribuição mais equitativa de renda no país.