Ano de 2023 foi o mais quente da história da humanidade, com influência do El Niño, e agora La Niña ameaça trazer frio intenso.

O ano de 2023 entrou para a história como o mais quente já registrado pela humanidade. De acordo com o observatório Copernicus, da Agência Espacial Europeia, a temperatura média ficou 1,48°C acima dos níveis pré-industriais. Esse recorde de calor foi em parte devido ao fenômeno climático El Niño, que aquece as águas do oceano Pacífico e influencia o clima global.

Entretanto, o El Niño está perdendo força e rumando para uma fase de neutralidade, com as águas do Pacífico já não tão quentes como antes. A transição para um novo fenômeno, o La Niña, preocupa os climatologistas. O La Niña é oposto ao El Niño, resultando em um resfriamento das águas do Pacífico tropical central e oriental. Isso pode acarretar em invernos mais frios, com impactos climáticos variados em diferentes regiões.

No Brasil, o Inmet alerta para a possibilidade de a La Niña afetar o país, trazendo chuvas acima da média no Norte e Nordeste, enquanto no Sul e parte do Centro-Oeste e Sudeste as chuvas podem ocorrer de forma irregular, aumentando os riscos de seca e estiagem. Atualmente, as Temperaturas da Superfície do Mar já estão se aproximando do padrão para o início da fase neutra do oceano, indicando a transição entre os fenômenos.

A meteorologista Andrea Ramos, do Inmet, ressalta que mesmo sem o El Niño, ainda é possível ocorrer uma nova onda de calor em 2024, principalmente em setembro e outubro, embora em menor intensidade do que em 2023. A rápida alternância entre os fenômenos El Niño e La Niña é um reflexo das mudanças climáticas globais, segundo especialistas.

Essas oscilações têm impactado diretamente na produção agrícola da América Latina, afetando culturas como trigo, arroz e milho e causando repercussões na economia dos países. No Brasil, a estiagem deve começar em maio, com padrões mais secos e frios, provenientes das massas de ar polar do Sul do continente. A incerteza em relação ao clima futuro representa um desafio significativo para a adaptação das espécies e para a segurança alimentar.

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