Durante a cerimônia de assinatura dos decretos, realizada no Ministério da Justiça, Lula declarou que o adiamento da demarcação teve o apoio de alguns governadores, inclusive aliados do governo. Ele ressaltou a importância de oferecer alternativas para as pessoas que ocupam essas terras, visando uma solução pacífica para a questão.
O presidente também mencionou um episódio envolvendo um governador que se recusou a conversar com a ministra Sônia Guajajara, representante dos Povos Indígenas. A falta de demarcação das terras não oficializadas gerou revolta entre as lideranças indígenas presentes no evento, que cogitaram um protesto, mas não chegaram a um consenso sobre a manifestação.
Apesar do descontentamento das lideranças, Lula frisou que a demarcação de terras indígenas é uma vitória e destacou a importância de respeitar os direitos ancestrais das comunidades indígenas. Ele também assinou decretos para a criação do Comitê Gestor da Política Nacional de Gestão Territorial e Ambiental em Terras Indígenas e a recriação do Conselho Nacional de Política Indigenista, instituições desmontadas no governo anterior.
No entanto, o movimento indígena decidiu não convidar o presidente para o Acampamento Terra Livre, demonstrando insatisfação com as políticas públicas do governo petista até o momento. O movimento pretende cobrar tanto o presidente Lula quanto o Congresso Nacional para avançar nas políticas de garantia dos direitos dos povos indígenas, especialmente no que diz respeito às demarcações de terras que estão em andamento de forma lenta.