Os aparelhos foram encaminhados para o Instituto Nacional de Criminalística após uma primeira perícia realizada no interior do barco. Além dos celulares, foram encontradas roupas e 25 capas de chuva, juntamente com outros pertences que também foram levados para análise.
De acordo com a PF, a cooperação internacional será fundamental para o processo de identificação, considerando a complexidade da situação. A possibilidade de os ocupantes da embarcação serem originários da Mauritânia e do Mali, países da África ocidental, levanta a hipótese de que as vítimas tenham falecido de inanição ou sede.
A identificação dos corpos ainda é um desafio para os peritos, que estão adotando uma série de procedimentos técnicos, incluindo exames de DNA e análises odontolegais. Enquanto isso, os corpos serão sepultados provisoriamente em Belém, aguardando a confirmação da identidade para que seja feita a comunicação formal aos familiares.
A perícia dos corpos contou com a participação de mais de 30 agentes, seguindo o padrão internacional de identificação de vítimas de desastres elaborado pela Interpol. A PF ressaltou a complexidade da questão migratória envolvendo pessoas dos países africanos, que muitas vezes resulta em milhares de desaparecidos sem dados técnicos estruturados para uma identificação precisa e rápida.
A expectativa é de que os dados extraídos dos celulares e demais pertences contribuam significativamente para esclarecer o caso e dar um desfecho digno às vítimas encontradas na embarcação à deriva em Bragança.