No início de abril, a X Corp afirmou que foi “forçada” por decisões judiciais a bloquear contas no Brasil, uma situação que gerou polêmica. Musk, então, passou a fazer críticas ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Essas ações levaram o autor do requerimento, Sanderson (PL-RS), a justificar que as práticas narradas pelo empresário poderiam configurar o crime de abuso de autoridade.
A Comissão de Segurança Pública é composta principalmente por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro e não deve encontrar muitos obstáculos para aprovar a proposta de audiência. Resta saber se Elon Musk participará. Sanderson afirmou ter tentado entrar em contato com funcionários da X e que houve sinalizações de uma possível participação do empresário, dependendo da aprovação da proposição.
O atual presidente da Comissão de Segurança Pública, Alberto Fraga (PL-DF), declarou que a proposta pode entrar em pauta assim que houver requerimento, que já foi protocolado no colegiado da Câmara. Enquanto isso, a oposição bolsonarista busca manter a discussão calorosa entre Musk e Moraes, realizando audiências sobre a divergência entre o X e o STF.
O “Twitter Files Brazil”, uma série de e-mails divulgados por um jornalista norte-americano, mostram mensagens de funcionários do antigo Twitter reclamando de decisões da Justiça brasileira. Enquanto Musk ainda não confirmou presença em audiências públicas no Brasil, ele tem mantido diálogos com congressistas da oposição, como o senador Eduardo Girão, autor do requerimento de audiência com Musk no Senado. Shellenberger, o jornalista que divulgou os e-mails, já participou de uma audiência na Comissão de Comunicação e Direito Digital do Senado há uma semana.
Essa situação envolvendo Elon Musk, a X Corp e a Justiça brasileira continua despertando interesse e levantando questionamentos dentro do cenário político do país. A expectativa agora se volta para a votação do pedido de audiência e para a possível participação do empresário sul-africano nesse processo.