Câmara dos Vereadores de São Paulo aprova em primeira votação projeto de privatização da Sabesp, com 36 votos a favor

A Câmara dos Vereadores de São Paulo aprovou em primeira votação, nesta quarta-feira (17), um projeto de lei que pode mudar completamente o cenário do abastecimento de água no estado. Com 36 votos a favor e 18 contrários, a proposta aborda a privatização da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).

O Projeto de Lei 163 de 2024 propõe uma alteração na legislação municipal para permitir que a capital paulista adira à privatização da Sabesp, mantendo os contratos existentes, mas com a gestão nas mãos da iniciativa privada. A segunda votação, que será decisiva, ainda não tem data marcada.

Entre os defensores do projeto, o vereador Sidney Cruz (MDB) alega que a transferência da empresa para o setor privado pode garantir a universalização do saneamento básico até 2029, beneficiando milhares de pessoas que ainda não têm acesso a água potável.

Por outro lado, a vereadora Luna Zarattini, do PT, critica a privatização da companhia, citando como exemplo a transferência da administração da Companhia de Águas do Rio de Janeiro para a iniciativa privada. Ela questiona se a privatização resultará em melhorias nos serviços e redução das tarifas, lembrando que no caso do Rio de Janeiro houve aumento nas reclamações e diminuição da qualidade do tratamento de esgoto após a privatização.

No âmbito estadual, o projeto de privatização da Sabesp já havia sido aprovado pela Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) em dezembro de 2023 e sancionado pelo governador Tarcísio de Freitas. Atualmente, metade das ações da Sabesp estão em mãos privadas, e o governo de São Paulo detém 50,3% do controle da empresa. O projeto de privatização prevê a venda da maior parte dessas ações, mantendo o governo com o poder de veto em determinadas decisões.

Em 2022, a Sabesp registrou um lucro de R$ 3,1 bilhões e seu valor de mercado é estimado em R$ 39,1 bilhões. A companhia atende 375 municípios e possui 28 milhões de clientes, sendo uma peça fundamental no fornecimento de água para a população paulista. A discussão sobre a privatização da Sabesp promete continuar atraindo a atenção e gerando debates acalorados nos próximos dias.

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