Quase nove anos se passaram desde essa tragédia, e os povos tradicionais da região sentem que o Estado tem falhado em sua missão de responsabilizar as empresas envolvidas, prestando assistência inadequada à população afetada e não garantindo a proteção necessária contra os danos ambientais contínuos. A Fundação Renova, encarregada das reparações, não reconhece o território como parte afetada pelo desastre, apesar de estar situada a menos de 60 quilômetros da barragem rompida.
A comunidade quilombola denuncia que suas tradições, práticas e modos de vida foram diretamente afetados pelo deslocamento forçado após o rompimento da barragem, e que a contaminação dos rios por lama tóxica prejudicou suas atividades de subsistência, como agricultura, criação de animais, pesca e mineração. Além disso, outras comunidades atingidas passaram a se instalar em terras dentro do território quilombola, sem acesso adequado a saneamento básico, mesmo com a presença de uma estação de tratamento de água na região.
A falta de uma reparação satisfatória apenas aprofunda as desigualdades e a discriminação enfrentada por essas comunidades, colocando-os em uma situação de violência estrutural e racismo ambiental. A ação conjunta do Estado e das empresas é considerada crucial para restaurar a confiança e garantir uma reparação justa para essas populações afetadas.
Enquanto isso, a estilista Gloria Coelho brilhou no São Paulo Fashion Week, recebendo convidados ilustres como Gloria Kalil e Raissa Santana. No entanto, a luz na passarela contrasta com a escuridão que paira sobre as comunidades quilombolas afetadas pelo desastre de Mariana, que buscam justiça e reparação diante das adversidades enfrentadas.