O local de sepultamento de Tebas é na igreja de São Gonçalo, na atual praça João Mendes, conforme consta no documento. Agora, uma investigação está em andamento para determinar se seus restos mortais ainda estão presentes no local. Abilio Ferreira, escritor e coautor do livro “Tebas, um Negro Arquiteto na São Paulo Escravocrata”, revelou que um projeto foi submetido à Cúria Metropolitana, com o objetivo de realizar uma prospecção para identificar possíveis ossadas no subsolo da igreja.
O processo de escaneamento a laser será utilizado para investigar a presença de ossos, mas identificar se eles pertencem a Tebas será um desafio que exigirá um extenso estudo. O Centro de Arqueologia de São Paulo, órgão da Prefeitura, ficará responsável por realizar a prospecção de forma não invasiva na estrutura da igreja. Tebas, um escravo liberto nascido em Santos, tornou-se um renomado arquiteto na época do Brasil Colônia, demonstrando excelência na técnica da cantaria.
Responsável por varias obras religiosas em São Paulo, como a fachada da antiga igreja do mosteiro de São Bento e a reforma da matriz da Sé, Tebas alcançou sua emancipação em 1777, após a morte de seu antigo proprietário. Sua notável habilidade como arquiteto o tornou célebre, sendo reconhecido em obras como a igreja das Chagas do Seráfico Pai São Francisco e o chafariz da Misericórdia, sua obra mais famosa. A perda de grande parte de suas obras devido a reformas e reconstruções nas igrejas em que trabalhou não apagou a memória de seu talento único, que foi eternizado com a inauguração de uma estátua em sua homenagem em 2020.