Operação Muditia prende 14 pessoas, incluindo vereadores, em investigação sobre participação do PCC em licitações públicas nas cidades paulistas.

Na manhã desta terça-feira (16), a Operação Muditia, liderada pelo Ministério Público de São Paulo em conjunto com a Polícia Militar, realizou a prisão de 14 indivíduos suspeitos de envolvimento do Primeiro Comando da Capital (PCC) em licitações públicas. Entre os detidos estão três vereadores das cidades de Ferraz de Vasconcelos, Santa Isabel e Cubatão, além de funcionários públicos, advogados e empresários.

As prisões, com duração inicial de cinco dias, foram consideradas pela promotoria como medidas processuais para evitar possíveis interferências nas investigações em andamento. Segundo o promotor Yuri Fisberg, os suspeitos foram detidos para garantir a continuidade das apurações sem obstruções.

Durante as buscas realizadas, foram encontradas armas, munições, celulares, notebooks e quantias significativas de dinheiro em cheques, espécie e dólares. Os agentes cumpriram mandados em diversos locais, incluindo 11 prédios públicos, 21 conjuntos residenciais e dez estabelecimentos comerciais.

Os investigadores ressaltaram que sete prefeituras e quatro câmaras municipais foram alvos da operação, mas enfatizaram que nem todas as administrações públicas investigadas possuíam ligação com o esquema. Até o momento, os nomes dos investigados não foram revelados devido ao sigilo do processo em andamento.

A Operação Muditia é parte de um esforço contínuo para desmantelar as atividades ilícitas do PCC, que vem ampliando seus negócios para além do tráfico de drogas, buscando lucrar com contratos públicos. O promotor Frederico Silvério destacou em coletiva de imprensa a sofisticação das operações da facção criminosa e a necessidade de uma atuação conjunta para combatê-la.

As investigações revelaram que as empresas ligadas ao PCC simulavam competições em licitações públicas, visando direcionar os resultados a seu favor. Além disso, foram identificados indícios de corrupção de agentes públicos, fraudes documentais e lavagem de dinheiro.

Para evitar novos crimes nesse âmbito, os promotores enfatizaram a importância do fortalecimento do compliance nas prefeituras e órgãos públicos. Ações como a Operação Muditia e a recente Operação Fim da Linha demonstram a necessidade de combater a diversificação das atividades criminosas do PCC, que operam em diversos setores da economia.

As prefeituras e câmaras municipais envolvidas na operação se pronunciaram através de notas oficiais, garantindo colaboração com as autoridades e respeito à transparência nos processos. A prefeitura de Guararema, por exemplo, afirmou estar à disposição das investigações e da polícia para auxiliar no que for necessário.

Em resumo, a Operação Muditia revela a complexidade das relações entre empresas, agentes públicos e facções criminosas, destacando a importância da atuação conjunta das autoridades para garantir a integridade das licitações públicas e combater a corrupção em todas as esferas do poder.

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