A desigualdade na distribuição dos casos de dengue na cidade é um dos pontos mais alarmantes. Enquanto distritos como Moema registram 304 casos por 100 mil habitantes, áreas como Vila Jaguara têm uma incidência assustadora de 10.598 casos, revelando uma discrepância que vai além das condições geográficas.
Além disso, políticas públicas recentemente aprovadas, como a alteração do zoneamento da cidade e a possível privatização da Sabesp, podem agravar ainda mais essas desigualdades. A falta de investimento em infraestrutura e serviços essenciais para toda a população coloca em xeque a qualidade de vida dos cidadãos, principalmente daqueles que já se encontram em situação de vulnerabilidade.
A questão da dengue se torna ainda mais delicada quando confrontada com o número de mortes que a doença já causou este ano, chegando a 105 óbitos. Em comparação, a cidade de São Paulo também enfrenta um cenário preocupante relacionado à violência, com 77 homicídios de jovens registrados no mesmo período.
Diante disso, as eleições municipais de 2024 ganham um papel crucial na definição do futuro da cidade e do país como um todo. A escolha dos gestores municipais refletirá diretamente no projeto de sociedade que desejamos construir, levando em consideração aspectos como desigualdade, segurança, saúde pública, educação, meio ambiente e participação social.
O desafio para os eleitores será ir além dos discursos eleitoreiros e identificar quais são os reais compromissos e propostas dos candidatos para combater a desigualdade, garantir o acesso a serviços essenciais e promover uma cidade mais justa e segura para todos os seus habitantes. É necessário um olhar crítico e atento para escolher os líderes que realmente estejam comprometidos em construir um futuro melhor para São Paulo e seus cidadãos.
