Os trabalhos de identificação dos corpos começaram após a chegada da embarcação a terra firme e envolveram equipes da PF e da Polícia Científica do Pará. Oito dos corpos estavam dentro da embarcação, enquanto o nono corpo foi encontrado próximo a ela, levantando suspeitas de que pertencia ao mesmo grupo de vítimas.
A embarcação foi encontrada por pescadores paraenses no rio de Salgado, na região nordeste do Pará, com alguns dos corpos já em estado de decomposição. As operações de busca e resgate, que duraram mais de 16 horas, foram realizadas no domingo após o chamado dos pescadores.
Para identificar de forma adequada as vítimas, a PF está utilizando os protocolos da Interpol para a identificação de vítimas de desastres. Esses protocolos incluem a utilização de amostras de DNA, impressões digitais, características físicas, registros odontológicos e reconhecimento de objetos pessoais, permitindo a identificação mesmo em casos de decomposição avançada.
Além da identificação, os trabalhos periciais pretendem determinar a origem dos passageiros, as possíveis causas e o tempo estimado dos óbitos. As autoridades locais e estaduais, como a Marinha, os bombeiros militares, a Guarda Municipal, a Defesa Civil, a Polícia Científica e o Departamento de Mobilidade Urbana e Trânsito de Bragança, estão colaborando nas ações de resgate e investigação.
A situação levanta questões sobre a rota migratória desses africanos e as condições em que se encontravam durante a viagem, além de alertar sobre os perigos enfrentados durante a migração forçada. As autoridades seguem investigando o caso para esclarecer todos os detalhes e promover ações de prevenção para evitar tragédias semelhantes no futuro.