O estudo identificou que as escolas predominantemente negras, com uma proporção de 60% ou mais de alunos pretos ou pardos, contam com uma estrutura mais precária em comparação com as escolas de maioria branca. Entre as 21.992 escolas majoritariamente negras analisadas, mais da metade não possuem laboratório de informática e quadra de esportes. Além disso, apenas 43,44% dessas unidades possuem rede de esgoto.
A pesquisadora Nayara Melo, uma das responsáveis pelo estudo, ressaltou a importância de analisar não apenas os resultados educacionais, mas também a qualidade da estrutura das escolas frequentadas pelos alunos mais vulneráveis. De acordo com os dados, 75% dos estudantes das escolas de maioria negra estão nas faixas socioeconômicas 3 e 4, enquanto nas escolas de maioria branca, 88% dos alunos estão nos níveis socioeconômicos 5 e 6.
Carolina Canegal, coordenadora de pesquisa do observatório, destacou a urgência de políticas focadas para garantir que escolas que atendem à população negra e mais pobre tenham uma estrutura mínima para oferecer um ensino de qualidade. Diversos estudos apontam para as desigualdades enfrentadas pelos estudantes negros no sistema educacional brasileiro, desde o acesso à creche até o desempenho escolar inferior ao final dos anos iniciais do ensino fundamental.
Portanto, é fundamental que medidas sejam tomadas para combater essas disparidades e garantir um ensino equitativo e inclusivo para todos os alunos, independentemente de sua cor ou condição socioeconômica.