Aprofundamento do Rio Sahy em São Sebastião é Embargado pela Justiça por Falta de Estudos Ambientais Após Tragédia com 64 Mortos

A cidade de São Sebastião, no litoral norte de São Paulo, vive um impasse em relação ao aprofundamento do rio Sahy, uma obra emergencial iniciada um ano após a tragédia que resultou na morte de 64 pessoas. A justiça paulista interveio e embargou temporariamente a obra devido à falta de estudos sobre o impacto ambiental da intervenção.

O prefeito Felipe Augusto, do PSDB, alegou urgência na obra para dispensar análises ambientais, mas o juiz Vitor Hugo Aquino de Oliveira considerou essa justificativa insuficiente, levando à decisão de suspensão temporária do serviço. A barra do rio Sahy, formada pela areia depositada na desembocadura, é o foco da intervenção, visando evitar alagamentos e melhorar a drenagem das encostas.

Diversos atores estão envolvidos nesse conflito, incluindo o poder público, proprietários de imóveis, ambientalistas e a população local. Moradores favoráveis à obra acreditam que ela trará benefícios no combate às enchentes, mas há quem questione a eficácia do projeto e levante preocupações sobre possíveis interesses imobiliários por trás do aprofundamento do rio.

A Sociedade Amigos do Bairro do Sahy entrou com uma ação contra a obra, apontando a necessidade de estudos ambientais prévios e questionando a capacidade da empresa contratada pela prefeitura. O embate entre os defensores e opositores do projeto tem escalado, com a destruição de uma draga que seria usada na obra em um possível ataque criminoso.

A tragédia ocorrida em fevereiro de 2023, com mais de 600 milímetros de chuva, deixou um rastro de morte e destruição em São Sebastião. As autoridades competentes terão que lidar com a pressão popular e com as decisões judiciais para garantir a segurança da população e a preservação do meio ambiente, enquanto buscam soluções para evitar novas tragédias no futuro.

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