A importância dos livros na vida de Vargas Llosa é compartilhada por muitos, inclusive por mim. Mesmo após ter perdido grande parte da visão, mantenho os livros como fiéis companheiros, tal como o renomado autor peruano.
Ao longo dos anos, conforme minha visão foi diminuindo, empreendi uma jornada para garantir que não fosse privado da leitura. Inicialmente, recorri ao uso de lupas eletrônicas para ampliar os textos, o que tornava a leitura mais acessível. No entanto, o processo era lento e desgastante, necessitando de adaptações constantes.
Posteriormente, adotei escâneres especializados que permitiam a digitalização de textos para que fossem convertidos em áudio. Embora representasse um avanço significativo, esse método ainda apresentava limitações, como a não captura completa das páginas.
A evolução tecnológica proporcionou novas alternativas, como os livros em formato de CD e os aplicativos de leitura para dispositivos móveis. Com um iPad, descobri a praticidade de ter os textos lidos em voz alta e a facilidade de navegação pelas páginas.
A adaptação dos livros para o formato digital ampliou exponencialmente o acesso a obras literárias antes inacessíveis para pessoas com deficiência visual. Atualmente, é possível encontrar uma vasta gama de títulos de autores renomados disponíveis em diferentes plataformas.
Além dos livros digitais, os audiolivros e a leitura em braille também se destacam como opções acessíveis e inclusivas para os deficientes visuais. A leitura, seja ela auditiva ou tátil, assumiu um papel fundamental na vida dessas pessoas, possibilitando o acesso ao conhecimento e à cultura.
Assim, é inegável o impacto positivo que a tecnologia e a acessibilidade trouxeram para a leitura de pessoas com deficiência visual. Através dessas inovações, a experiência de leitura se tornou mais democrática e enriquecedora, permitindo que todos, independentemente de suas limitações físicas, possam desfrutar do universo dos livros.