A prisão de Brazão, decretada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes, encontrou resistência de parlamentares da oposição, liderados pelo PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, e do Centrão, em especial o União Brasil. A votação precisou ser adiada por um pedido de vista coletivo, mas acabou sendo favorável à manutenção da detenção do deputado.
Durante o processo, a oposição se uniu ao Centrão na tentativa de derrubar a prisão, buscando enviar uma mensagem de reação ao Supremo e a Moraes. Houve uma intensa mobilização por parte do governo, da oposição e de alguns membros do Centrão para garantir a vitória na votação.
A sessão foi marcada por discursos acalorados, como o do advogado de Brazão, que denunciou uma “tortura psicológica” contra seu cliente. A presença do presidente da Embratur, Marcelo Freixo, amigo de Marielle, foi marcante, assim como o abraço emocionado à ex-assessora da vereadora, Fernanda Chaves, ao final da votação.
A federalização do caso Marielle, iniciada no ano passado, foi crucial para a investigação que chegou aos nomes dos acusados. A delação premiada de Ronnie Lessa e as revelações sobre o envolvimento de Chiquinho Brazão e outros nomes de destaque no crime levaram o caso ao Supremo, tornando-o um processo de grande repercussão.
Além da decisão sobre a prisão, o Conselho de Ética da Câmara instaurou um processo que pode resultar na cassação do mandato de Brazão. A representação apresentada pelo PSOL tramita em paralelo à análise sobre a prisão do deputado, demonstrando a gravidade e a complexidade do caso. Ainda aguardamos a definição do relator do processo, garantindo um acompanhamento rigoroso e imparcial do desdobramento desse episódio conturbado que marcou a política nacional.