A última edição do Pisa evidenciou que, apesar do país conseguir manter sua pontuação em matemática durante a pandemia, os alunos brasileiros permaneceram estagnados em níveis insuficientes de aprendizado, ficando consideravelmente abaixo da média internacional. Essa realidade se reflete em todos os estratos socioeconômicos, incluindo alunos de escolas particulares, que também não alcançaram os padrões esperados pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
O estudo realizado em 2022 revelou que as escolas particulares do Brasil obtiveram uma pontuação média de 456 pontos em matemática, superior à média nacional, porém ainda aquém dos padrões internacionais. Mesmo os alunos mais abastados não conseguiram atingir a média da OCDE, demonstrando que o investimento na educação privada não é garantia de excelência acadêmica.
Especialistas consultados pela equipe de reportagem destacaram que a pandemia teve um impacto relevante no cenário educacional, afetando tanto escolas públicas quanto particulares. As dificuldades enfrentadas durante o ensino remoto evidenciaram lacunas estruturais e a falta de preparo das instituições para lidar com esse novo cenário.
Além disso, a influência de fatores externos à escola, como o nível socioeconômico dos alunos, as condições familiares e a infraestrutura disponível, também desempenham um papel significativo no desempenho acadêmico. Embora as escolas particulares apresentem, em média, resultados superiores às públicas, ainda existe uma parcela significativa de alunos que não alcançam o nível de aprendizado esperado.
Diante desse panorama, fica evidente a necessidade de repensar as práticas educacionais e promover uma abordagem mais equitativa e eficaz, tanto no sistema público quanto no privado, visando proporcionar uma educação de qualidade para todos os alunos, independentemente de sua origem socioeconômica.