Homens, mulheres e crianças percorreram ruas, reduzidas a terra escavada por tratores, em busca de suas casas nos escombros do que antes eram blocos de apartamentos e empresas. Em outros quarteirões, os edifícios ainda estavam de pé, mas eram estruturas ocas, carbonizadas e cheias de buracos, com os andares superiores parcialmente destruídos e pendurados.
Segundo relatos de um trabalhador humanitário palestino, que preferiu não se identificar, o local estava completamente modificado, tornando-se irreconhecível. Em meio à destruição, a cidade de Khan Yunis, que antes abrigava 400 mil pessoas e era um centro econômico no sul da Faixa de Gaza, viu mais de 55% dos edifícios seriamente danificados ou destruídos.
Esta situação evidenciou um dos ataques militares mais devastadores e letais das últimas décadas, deixando vastas áreas da Faixa de Gaza inabitáveis para seus 2,3 milhões de habitantes. A possibilidade de invasão de Rafah, no extremo sul de Gaza, preocupa a população, que já enfrenta condições precárias em meio ao conflito.
O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, afirmou que a invasão em Rafah é iminente, enquanto esforços internacionais são feitos para mediar um acordo de cessar-fogo com o grupo Hamas. Enquanto isso, os habitantes desabrigados de Khan Yunis veem suas casas em ruínas, sem perspectivas imediatas de retorno.
Com cerca de 45 mil construções destruídas ou danificadas, a cidade de Khan Yunis enfrenta um cenário de devastação sem precedentes. Os moradores, como Magdy Abu Sahrour, lamentam a perda de seus lares e buscam recuperar o que restou nos destroços.
Enquanto a guerra continua e negociações são realizadas, a população de Gaza enfrenta uma realidade desoladora, com suas cidades destruídas e incertezas sobre o futuro. A esperança de um cessar-fogo e a reconstrução das áreas danificadas são os anseios daqueles que enfrentam as consequências desse conflito sem fim.