Com 14 dos 16 andares já erguidos, o edifício faz parte do programa municipal Pode Entrar Entidades e será destinado a 130 famílias que atualmente residem em cortiços da região central. As obras estão a cargo da Cohab, companhia de habitação da Prefeitura de São Paulo, e contam com investimentos de cerca de R$ 27 milhões do Fundurb, o fundo de urbanismo municipal.
A rapidez do avanço da obra foi determinante na decisão da gestão de Tarcísio, conforme relatou um membro da equipe que trabalha no projeto do centro administrativo. Ao visitar o local meses antes do lançamento do concurso de arquitetura para a construção da nova sede do governo, os técnicos do governo perceberam que o prédio da Cohab ainda não havia tomado forma.
A Declaração de Utilidade Pública (DUP) de cinco quadras que abrigarão cerca de dez torres do centro administrativo foi publicada em 28 de março e tem validade de cinco anos. No entanto, o documento não torna obrigatória a desapropriação de todos os imóveis inseridos na área demarcada.
A Unificação das Lutas de Cortiços e Moradia informou que aguarda uma reunião com o prefeito Ricardo Nunes para a próxima quinta-feira (11), na expectativa de que ele anuncie o acordo com a gestão de Tarcísio para a incorporação das moradias populares ao centro administrativo. Até o momento, a gestão de Nunes não confirmou a informação.
A habitação social é uma das propostas das gestões de Nunes e Tarcísio para a reocupação da área do centro marcada pela cracolândia, com mais de mil dependentes químicos concentrados no bairro Santa Ifigênia. Retirar moradias da região iria contra o objetivo das autoridades para o centro de São Paulo. A construção do novo centro administrativo pode resultar na desapropriação de aproximadamente 200 famílias.
Ao lado do prédio da Cohab, um empreendimento habitacional privado iniciou a venda de suas 375 unidades, a maioria destinada à habitação social para famílias com renda entre 3 e 6 salários mínimos. O decreto de Tarcísio impede qualquer avanço de construções no local, mas o governo pretende negociar a manutenção do empreendimento nos arredores, mesmo que isso exija uma nova desapropriação.
Além disso, há outros prédios residenciais antigos na região, sendo pelo menos dois deles de uso residencial. A Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação do Estado planeja a criação de 6.000 unidades habitacionais no centro histórico e no bairro Campos Elíseos, com metade delas voltadas a projetos de habitação de interesse social para famílias com renda de 1 a 6 salários mínimos, incluindo a recuperação de edifícios antigos e a construção de novos.