O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) informou que a decisão beneficia 536 famílias remanescentes de quilombos em uma área de 852,2 hectares. Pacífico ressaltou que essa titulação era um sonho de sua mãe, Mãe Bernadete, que infelizmente não pôde testemunhar esse momento, visto que faleceu no ano passado. Ele associou a luta pela titulação às tragédias das mortes de sua mãe e de seu irmão, Binho do Quilombo, enfatizando que foi necessário derramamento de sangue para alcançar esse reconhecimento.
O filho da líder quilombola enfatizou a importância da titulação para garantir os direitos da comunidade, protegendo-a da especulação imobiliária e de crimes ambientais. Ele defendeu que essa decisão traz segurança, possibilitando o desenvolvimento da agricultura familiar, cultura, esporte, lazer e saúde para a comunidade.
Apesar da boa notícia, Pacífico lamentou a falta de respostas sobre os assassinatos de sua mãe e de seu irmão, questionando quem estaria por trás desses crimes e quais seriam os motivos. Ele espera que a titulação proporcione segurança, prosperidade e autonomia para a comunidade, promovendo o desenvolvimento local e a preservação da cultura quilombola.
A decisão de reconhecimento das terras delimita as áreas privadas que compõem Pitanga dos Palmares, começando a fase de desapropriação das propriedades particulares. O Incra está preparando a documentação necessária para as desapropriações por interesse social, visando garantir a proteção e a perpetuação da comunidade quilombola.