O projeto pretende deslocar os pobres e sem-teto que atualmente vivem no centro da cidade para regiões mais distantes de seus trabalhos. Essa medida, que visa a gentrificação da região, pode resultar no aumento do custo de vida e na segregação social. Além disso, a falta de debate público sobre a questão levanta questionamentos sobre a transparência e a democracia do processo.
Uma das principais críticas ao projeto é o fato de que cerca de 230 imóveis serão desapropriados, o que afetará diretamente a vida de centenas de pessoas que atualmente residem na área. Segundo uma nota técnica do Laboratório Espaço Público e Direito à Cidade da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, o projeto prevê a demolição de pelo menos cinco quadras, onde atualmente vivem cerca de 800 pessoas.
Além disso, a mudança da sede do governo pode impactar a rotina de milhares de pessoas que utilizam o Terminal Princesa Isabel, localizado na região. O destino desse terminal e o impacto que sua mudança terá ainda não foram totalmente esclarecidos pelo governo.
Outro ponto de preocupação é a concentração de dependentes químicos na região da cracolândia, que também será afetada pela mudança da sede do governo. O governo pretende levar adiante o projeto por meio de uma PPP, com um investimento estimado de R$ 3,9 bilhões.
Apesar de contar com o apoio do prefeito Ricardo Nunes, a iniciativa do governo ainda gera debate e críticas por parte de diversos setores da sociedade, que questionam a falta de diálogo e transparência no processo. O futuro da região e de seus moradores permanece incerto diante dessas mudanças propostas pela gestão de Tarcísio de Freitas.