A peculiaridade dos manguezais está no encontro das águas doces dos rios com as águas salgadas do mar, criando um ambiente único e rico em vida. Segundo especialistas, a preservação da região se deve, em grande parte, à baixa densidade populacional e à presença de unidades de conservação. Estudos apontam que menos de 1% da extensão total dos manguezais sofreu devastação nos últimos anos, graças a iniciativas como as Reservas Extrativistas (Resex).
José Francisco Berrêdo, geoquímico e professor do Museu Paraense Emílio Goeldi, ressalta a importância dos manguezais amazônicos e dos esforços de conservação. Ele destaca a significativa biodiversidade da região, resultado da mistura de água doce e salgada proveniente dos grandes rios que desembocam na Foz do Amazonas. Além disso, a baixa densidade populacional contribui para a preservação do ecossistema.
Por outro lado, a exploração humana e a pesca predatória representam ameaças aos manguezais da Amazônia. A criação de políticas públicas, como as Resex, tem ajudado a manter a floresta de pé, mas é necessário um controle mais rigoroso para evitar a exploração excessiva dos recursos naturais. A pesca de arrasto do camarão, por exemplo, tem causado impactos negativos na fauna acompanhante, reduzindo a diversidade marinha em apenas duas décadas.
Diante do crescente interesse do governo brasileiro em explorar petróleo na Foz do Amazonas, alguns especialistas expressam preocupação com os possíveis impactos ambientais que a atividade pode gerar nos manguezais. Apesar das opiniões divergentes sobre o impacto direto da exploração petrolífera, a fragilidade dos ecossistemas naturais deve ser considerada, principalmente diante das mudanças climáticas. Portanto, é fundamental estabelecer medidas eficazes para a preservação dos manguezais amazônicos e garantir um equilíbrio sustentável entre o homem e o meio ambiente.