Barroso destacou a característica central do populismo, que consiste na divisão da sociedade em “nós o povo puro, decente e conservador” e “eles, as elites cosmopolitas, progressistas e corrompidas”. Para o ministro, essa divisão é problemática, pois tenta reivindicar um monopólio da representação do povo, que é plural.
Além disso, Barroso ressaltou que os movimentos populistas autoritários buscam se comunicar diretamente com as massas, ignorando as instituições intermediárias, como o Legislativo, a imprensa livre e a sociedade civil. Esses movimentos também costumam eleger inimigos, como as supremas cortes, como aconteceu em diversos países, incluindo o Brasil.
O presidente do STF enfatizou a importância das Supremas Cortes na defesa da democracia e do estado de direito, mas ressaltou que essas instituições não podem resistir sozinhas aos ataques autoritários, sendo necessário o engajamento da sociedade civil, da imprensa e das forças políticas democráticas.
Além disso, Barroso alertou para a apropriação de discursos religiosos por parte de políticos extremistas com fins eleitorais, destacando a importância de tratar esse fenômeno com delicadeza para evitar o desrespeito ao processo eleitoral.
Para o presidente do STF, as instituições brasileiras conseguiram resistir aos ataques autoritários, mas é fundamental estar vigilante e engajado na defesa da democracia. A fala de Barroso reforça a importância do combate à desinformação, do fortalecimento das instituições democráticas e da proteção dos valores democráticos em tempos de polarização política e ataques à democracia.