Matriarca do samba de coco de Olinda, Dona Glorinha do Coco falece aos 89 anos deixando um legado cultural inigualável.

A cidade de Olinda (PE) perdeu recentemente uma de suas maiores representantes culturais. Maria da Glória Braz de Almeida, mais conhecida como Dona Glorinha do Coco, faleceu aos 89 anos, deixando um legado de música e tradição que perdurará por gerações.

Nascida e criada no bairro Amaro Branco, berço do samba de coco há mais de um século, Dona Glorinha dedicou sua vida a preservar e disseminar a cultura popular de Olinda. Aprendeu o ritmo do coco aos sete anos, com sua mãe, dona Maria Belém, e desde então se tornou uma figura icônica nas ladeiras da cidade.

Com uma família de 17 irmãos, Dona Glorinha cresceu envolvida no universo musical do samba de coco, participando de festividades e celebrações religiosas, como a procissão do Acorda Povo em homenagem a São João Batista.

Sua paixão pela música transcendeu gerações, sendo que aos 78 anos lançou seu primeiro álbum, composto por músicas de sua mãe e indicado ao Prêmio da Música Brasileira. Em 2019, aos 84 anos, lançou seu segundo disco, “Noite Linda”, com composições de sua autoria.

Além de sua carreira musical, Dona Glorinha participou de documentários e exposições que valorizavam a cultura do samba de coco de Olinda. Seu legado será lembrado não apenas pela sua música, mas também pelo impacto que teve na preservação e divulgação das tradições locais.

O velório de Dona Glorinha foi realizado em sua casa em Amaro Branco, onde viveu toda sua vida. Deixa para trás um legado de amor pela música e pela cultura popular de Olinda, além de uma família numerosa, composta por sete filhos, netos, bisnetos e tataranetos.

A partida de Dona Glorinha do Coco deixa uma lacuna na cena cultural de Olinda, mas seu espírito e sua música continuarão ecoando pelas ruas e ladeiras da cidade, mantendo viva a tradição do samba de coco por muitos anos.

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