Anúncios ilegais atacam STF e Ministério da Justiça nas redes sociais, revela pesquisa da UFRJ sobre fraudes e desinformação

Recentemente, uma pesquisa realizada pelo Laboratório de Estudos de Internet e Redes Sociais (NetLab), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), revelou que o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Ministério da Justiça foram alvos de 981 anúncios ilegais veiculados nas redes sociais da empresa Meta, que incluem Facebook, Instagram e WhatsApp. Esses anúncios, que foram veiculados entre setembro de 2023 e fevereiro de 2024, visavam ampliar a desconfiança e o descrédito em relação ao judiciário.

De acordo com a pesquisa, os anúncios continham fraudes, ataques diretos e exploração das imagens dos ministros e das instituições para vender produtos e serviços. Imagens dos ministros Alexandre de Moraes e Flávio Dino foram utilizadas de maneira fraudulenta para promover soluções financeiras e venda de equipamentos para computadores, respectivamente. Além disso, houve promoção de um suposto livro sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro, alegando censura por parte do governo atual, da imprensa e do judiciário.

Os ministros mais mencionados nos anúncios fraudulentos foram Dias Toffoli, Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, enquanto Flávio Dino foi alvo de uma campanha específica contra a sua indicação ao STF. O estudo identificou que foi investido pelo menos R$ 85.510,58 em 13 estados diferentes para a promoção desses conteúdos, e 99 páginas e perfis foram responsáveis pela disseminação dos anúncios.

O público-alvo desses anúncios era composto principalmente por homens acima de 45 anos, representando 36,5% do público alcançado, e mulheres entre 18 e 34 anos, totalizando 19,4%. O NetLab alertou que as plataformas digitais utilizam informações privadas das pessoas para direcionar esses anúncios, facilitando a ação de golpistas que conseguem identificar as vítimas ideais.

Diante desses fatos, o pesquisador Carlos Eduardo Barros, do NetLab, destacou a importância da regulamentação do setor e da transparência das plataformas na veiculação de anúncios. A Meta, procurada para comentar o estudo, ressaltou seu compromisso em combater atividades fraudulentas em suas plataformas e cooperar com as autoridades brasileiras para reduzir a incidência desses conteúdos.

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