O suspeito detido na capital cearense foi localizado em uma pousada na Praia do Futuro pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado no Ceará. O mandado de prisão foi expedido pela 8ª Vara da Justiça Federal de Mossoró.
A Polícia Federal não forneceu mais detalhes sobre as circunstâncias da prisão nem revelou a identidade do indivíduo detido. Enquanto isso, o Ministério da Justiça admitiu, conforme reportagem da Folha de São Paulo, que ocorreram falhas nos procedimentos de segurança, mas descartou qualquer envolvimento de agentes em corrupção durante a fuga dos detentos.
Segundo um relatório da corregedoria-geral da Senappen, ligada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, as falhas estavam relacionadas aos procedimentos carcerários de segurança. Para investigar o ocorrido, foram instaurados três processos administrativos disciplinares envolvendo dez servidores.
Dentre as medidas adotadas pelo Ministério da Justiça está a assinatura de Termos de Ajustamento de Conduta por 17 servidores, que se comprometeram a não cometer as mesmas infrações e passar por cursos de reciclagem. As celas dos detentos que conseguiram fugir ficaram sem ser revistadas por pelo menos 30 dias, o que levou à abertura de investigações contra os servidores responsáveis.
A fuga dos presos, que já dura 49 dias, é considerada inédita no sistema penitenciário federal. Durante esse período, eles mantiveram uma família como refém, foram avistados em diferentes comunidades, esconderam-se em uma propriedade rural e agrediram um indivíduo na zona rural de Baraúna. As autoridades suspeitam que os fugitivos tenham recebido auxílio do Comando Vermelho do Rio de Janeiro em parte desse tempo.
As buscas pelos fugitivos mobilizaram cerca de 500 policiais de forças como PF, PRF e Polícia Militar do Rio Grande do Norte. A Força Nacional, que participava da operação desde o final de fevereiro, teve sua atuação encerrada recentemente.
O Brasil conta com cinco presídios federais de segurança máxima, com instalações em Mossoró, Porto Velho, Campo Grande, Brasília e Catanduvas (PR). Essas penitenciárias, inauguradas a partir de 2006, foram projetadas para isolar criminosos de alta periculosidade e desarticular organizações criminosas, promovendo o isolamento dos detentos em celas individuais e garantindo duas horas de banho de sol diariamente.