Presidente do Congresso Nacional revoga reoneração da folha de pagamento dos municípios em medida provisória polêmica

O presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), tomou uma decisão importante nesta segunda-feira (1º) ao prorrogar por mais 60 dias os efeitos da Medida Provisória (MP) 1.202/2023, excluindo a reoneração da folha de pagamento dos municípios brasileiros. Essa medida provisória, que foi editada no final do ano passado, tinha o objetivo original de reonerar a folha de pagamento de 17 setores econômicos e dos municípios com até 156 mil habitantes, além de acabar com os incentivos tributários do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse).

A decisão de Pacheco em retirar a parte que tratava da reoneração de 8% para 20% foi embasada no princípio da separação dos Poderes da República. Ele argumentou que o poder de editar medidas provisórias não pode anular uma decisão já tomada pelo Poder Legislativo, ressaltando que a MP estava em conflito com esse importante princípio.

Essa questão gerou atritos entre o governo e o Legislativo, uma vez que o Congresso Nacional havia derrubado um veto presidencial que impedia a desoneração desses impostos dos municípios e dos setores econômicos mencionados. Após negociações, o governo precisou recuar e editar uma nova MP em fevereiro deste ano, excluindo a reoneração dos 17 setores econômicos, mas mantendo a dos municípios e as mudanças no Perse.

O presidente do Congresso ressaltou que a discussão sobre esse tema deve ocorrer através de um projeto de lei, e não por medida provisória, uma vez que esta última tem efeitos imediatos e pode gerar insegurança jurídica. Pacheco enfatizou a importância da previsibilidade e segurança para todos os envolvidos, indicando que está aberto a discutir o melhor modelo para o Brasil de forma justa e célere.

Com o prazo da noventena se aproximando, Pacheco agiu com base na responsabilidade e respeito às leis vigentes, garantindo uma atuação transparente e comprometida com o processo legislativo. A decisão do senador reafirma a relevância da separação dos Poderes e a importância do debate democrático para a implementação de medidas que impactam diretamente a economia e as finanças municipais.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo