Obra milionária e polêmica: Os bastidores do VLT de Cuiabá, que consumiu R$ 1 bilhão e nunca foi inaugurado

No dia 15 de maio de 2012, os envelopes das propostas da licitação para a construção do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) de Cuiabá foram abertos, marcando o início de um projeto que geraria muita controvérsia ao longo dos anos. Essa obra, que seria a principal obra de mobilidade na capital mato-grossense em preparação para a Copa do Mundo de 2014, levantava questionamentos sobre sua viabilidade econômica, custo e prazo de entrega.

O governo de Mato Grosso alegava que o edital previa a entrega da obra no primeiro trimestre de 2014, porém o contrato só foi assinado em junho com prazo de 24 meses para conclusão. Passados quase dez anos do prazo original, o VLT, que consumiu mais de R$ 1 bilhão em recursos, começou a ser desmontado no ano passado em Cuiabá e Várzea Grande, com apenas seis quilômetros de trilhos instalados.

O sistema, que deveria beneficiar a mobilidade na região do aeroporto Marechal Rondon, foi alvo de críticas e polêmicas políticas. Comerciantes locais expressaram frustração com a situação, clamando por uma solução rápida, independentemente de ser o VLT, ônibus ou nada. A população já havia perdido muito com a indefinição em torno do projeto, que ficou conhecido como o “VLT da corrupção” devido aos gastos excessivos, suspeitas de corrupção e ao fato de nunca ter funcionado.

Em 2020, o governador Mauro Mendes anunciou o abandono do VLT em favor da implantação do BRT, corredores de ônibus que teriam custo mais baixo, prazo de conclusão mais rápido e tarifas mais acessíveis. Mesmo assim, a Prefeitura de Cuiabá defendeu o projeto do VLT, alegando modernidade, economia e segurança.

Apesar das divergências, em 2023 foram apresentados estudos para a implantação do BRT, com previsão de diminuir o tempo de viagem de uma hora e 27 minutos para 42 minutos entre o terminal e o centro de Cuiabá. Com um custo estimado mais baixo do que a finalização do VLT, a implementação do BRT parece ser a solução mais viável para a mobilidade na região.

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