Com uma vasta carreira universitária, Myrian escreveu diversos artigos e livros sobre temas como identidade, políticas culturais, museus, Carnaval e relações raciais. Entre seus trabalhos mais recentes, destaca-se o livro “Memória Coletiva e Justiça Social”, publicado em 2021, no qual abordou questões relacionadas à luta política de grupos minoritários, como negros, indígenas e quilombolas, além de analisar os movimentos de vítimas da ditadura militar em busca de reparação.
Além de suas contribuições teóricas, Myrian também esteve à frente de projetos práticos com impacto social significativo, como o Museu do Cárcere, voltado para documentar o sistema penitenciário, e o Museu Afrodigital Rio, que promove exposições sobre as memórias dos escravizados.
Graduada em história pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e com mestrado em sociologia pelo Instituto Universitário de Pesquisa do Rio de Janeiro (Iuperj), Myrian era professora titular da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) desde 2018. Seu compromisso com a academia e com as questões sociais sempre foi reconhecido por seus colegas e amigos, que a descrevem como uma mulher generosa e uma intelectual de destaque.
O Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Uerj manifestou solidariedade à família e aos amigos de Myrian, destacando sua contribuição para a ciência social. A amiga de longa data e colega socióloga, Maria Inês Couto de Oliveira, afirmou que Myrian era como uma irmã de alma e que a amizade entre elas resistiu ao longo dos anos, mesmo diante das distâncias físicas.
A morte de Myrian Sepúlveda dos Santos representa uma grande perda para a sociologia brasileira e deixa um vazio no campo das ciências sociais, mas seu legado continuará vivo através de suas pesquisas e contribuições para a academia e para a sociedade como um todo.