Reforma do Ensino Médio avança na Câmara dos Deputados: Uma Decisão Salomônica que Contempla Diferentes Demandas e Desafios

Após 15 meses de governo sob a gestão de Lula, a reforma do ensino médio avançou na Câmara dos Deputados com a aprovação do relatório do ex-ministro da educação Mendonça Filho. A decisão foi considerada salomônica, atendendo às demandas da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, dos movimentos sociais, instituições representativas dos estudantes e dos professores.

A reforma original, proposta em 2017, previa uma organização curricular com uma Formação Geral Básica de 1.800 horas a serem cursadas por todos os estudantes ao longo dos três anos do ensino médio, além de itinerários formativos com disciplinas optativas. No entanto, a reforma foi alvo de críticas, tanto por sua aprovação por medida provisória no governo Temer, quanto pelo baixo número de horas dedicadas à Formação Geral Básica, o que levou à insuficiência na formação dos estudantes.

As escolas privadas optaram por reforçar a formação básica de seus alunos, enquanto as escolas públicas reduziram a carga de disciplinas obrigatórias em favor das optativas, ampliando o abismo entre os estudantes de diferentes classes sociais. Como resultado, houve um recorde de ausências no Enem e uma pesquisa indicou que 85% dos alunos não se sentiram preparados para a prova.

A ampliação da carga horária da Formação Geral Básica para no mínimo 2.400 horas foi considerada uma medida positiva, assim como a indicação na nova lei de que os itinerários formativos devem aprofundar as áreas de conhecimento. No entanto, a organização do currículo por áreas de conhecimento ainda suscita debates, pois pode prejudicar os estudantes caso faltem professores habilitados em áreas específicas.

Outros pontos que geraram discussão incluem o reconhecimento de atividades realizadas fora da escola como parte das atividades de tempo integral, e a inclusão da Educação de Jovens e Adultos no novo modelo de ensino médio. As políticas públicas educacionais são resultado de diferentes forças e agendas em disputa, e a “reforma da Reforma do Ensino Médio” ainda apresenta margem para aperfeiçoamentos.

Em suma, a reforma do ensino médio é um processo em constante evolução, que demanda a participação de diversos atores e a constante revisão de suas diretrizes. A reforma aprovada até o momento representa um avanço, porém, novos ajustes e melhorias podem ser necessários no futuro para garantir uma educação de qualidade para todos os estudantes brasileiros. Acompanhemos os próximos passos dessa importante transformação no cenário educacional do país.

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