De acordo com o levantamento, em 2022, 2,2 milhões de pessoas viviam nessas áreas com incentivo ao adensamento, o que corresponde a aproximadamente 19,2% da população da cidade. No entanto, esse número apresenta uma oscilação negativa em relação ao Censo anterior, de 2010, quando 2,23 milhões de pessoas moravam nestas regiões, representando 19,8% da população na época.
A comparação entre os dados dos dois censos revela que a população da cidade de São Paulo cresceu 1,76% no período analisado. A análise considerou uma superfície de 164 km² em 2022, ligeiramente maior do que o território correspondente em 2010, de 160 km², devido a mudanças nos formatos e tamanhos dos setores censitários entre as duas pesquisas.
A eficiência do Plano Diretor foi colocada à prova ao analisar a sobreposição da malha do IBGE às ZEUs (Zonas de Estruturação da Transformação Urbana), que consistem em áreas próximas a corredores de transporte público. No entanto, os novos dados do IBGE indicam que a estratégia de adensamento populacional prevista no plano não foi efetiva.
Ao analisar o transporte sobre trilhos, verificou-se que a mesma parcela da população continuou morando próxima às áreas atendidas pelo sistema de metrô e trem. Cerca de 1,412 milhão de pessoas, ou 12,3% do total, viviam num raio de 600m no entorno das atuais estações em operação, o que evidencia que não houve adensamento nestas regiões conforme o planejado.
Diante desses resultados, o debate sobre o Plano Diretor em São Paulo se intensifica, com críticas e sugestões de especialistas e representantes do mercado imobiliário. A ineficiência na promoção do adensamento populacional em áreas estratégicas tem gerado questionamentos e apontado para a necessidade de revisão e ajustes no plano para melhor atender às demandas da cidade e de sua população.