Mulher apaixonada por cultura e literatura, Dilecta de Brito Franco falece aos 86 anos após décadas de trabalho na Biblioteca Municipal de Campinas

Dilecta de Brito Franco, uma mulher apaixonada por cultura, dedicou décadas de sua vida à Biblioteca Municipal de Campinas, onde teve contato diário com livros e conviveu com escritores e pintores. Nascida em Mogi Mirim, interior de São Paulo, em 1937, Dilecta se mudou para Campinas com sua família em busca de novas oportunidades.

Aos 22 anos, durante o Carnaval campineiro, conheceu Zaiman de Brito Franco, com quem se casou e teve dois filhos, Marcos e Manoel. Infelizmente, Marcos faleceu em um acidente de carro aos 25 anos. Apesar da tragédia, Dilecta manteve um coração bondoso e não se deixou endurecer.

Após a separação do marido, os dois mantiveram uma forte amizade ao longo da vida. Comemoravam aniversários no mesmo dia e, em uma prova de amizade, o ex-marido ofereceu abrigo a Dilecta durante a construção de seu apartamento.

Dilecta, conhecida por sua alegria, amor ao próximo e cultura, viajava frequentemente, acampava e ajudava as pessoas, reservando dinheiro para doações. Apesar de ter poucas roupas e pratos em casa, possuía uma impressionante coleção de quase 400 livros.

Aos 86 anos, Dilecta faleceu de infarto, deixando seu filho e ex-marido. Sua morte ocorreu no dia 14 de fevereiro, levando Manoel, seu filho fotojornalista, a refletir sobre o ciclo da vida: “Meu pai diz que eles se conheceram no Carnaval e ela morreu na Quarta-Feira de Cinzas”.

Dilecta deixa um legado de amor, bondade e paixão pela cultura, tendo tocado a vida daqueles que cruzaram seu caminho na Biblioteca Municipal de Campinas e além. Sua história é um exemplo de como a cultura e a generosidade podem deixar marcas profundas e duradouras nas vidas daqueles ao seu redor.

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