Essa letalidade policial atingiu seu nível mais alto em quatro anos, desde 2020, quando 183 pessoas foram mortas durante intervenções policiais. O aumento de 98,6% nas mortes ocorreu em meio à Operação Verão na Baixada Santista, que foi intensificada após o assassinato do soldado Samuel Wesley Cosmo, da Rota, em Santos.
A Operação Verão na Baixada Santista já resultou em um total de 53 mortos, apenas até o final de fevereiro. A região teve um aumento de 293% na quantidade de mortes pela polícia, comparando com o mesmo período do ano anterior, antes do início da Operação Escudo.
As operações Escudo têm sido alvo de críticas de organizações da sociedade civil, que apontam ações de caráter vingativo, denunciando mortes de inocentes desarmados, tortura, ameaças às comunidades, adulteração de cenas de crime e omissão de socorro. A Ouvidoria das Polícias identificou irregularidades em 18 mortes ocorridas durante essas ações policiais.
Questionado sobre as denúncias, o governo estadual responde que todas as mortes decorrentes de intervenções policiais são rigorosamente investigadas, alegando que os confrontos com criminosos são a causa das mortes e destacando resultados obtidos com essas operações.
Além disso, outras regiões do estado de São Paulo também apresentaram aumento na letalidade policial, como a região atendida pelo Deinter-1, que registrou um total de 11 mortos nos primeiros meses de 2024, comparado a cinco no mesmo período do ano passado. Na região metropolitana de São Paulo, houve um aumento de mais de 50% nas mortes por policiais.
O estado de São Paulo tem enfrentado um aumento contínuo na letalidade policial desde o início da gestão do governador Tarcísio de Freitas, com um aumento de 38% no número de mortos por policiais militares no primeiro ano de sua gestão. A tendência de crescimento nas mortes por intervenção policial é preocupante e evidencia a necessidade de políticas e práticas que coloquem a vida e a segurança dos cidadãos em primeiro lugar.