O pico de interesse dos brasileiros pelo amor próprio foi observado em junho de 2020, durante o Dia dos Namorados no primeiro ano da pandemia de Covid-19. A psiquiatra Jéssica Martani aponta que a queda nas buscas pode indicar que as pessoas estejam encontrando outras formas mais práticas de cuidar de si mesmas além das buscas online.
Martani também destaca que, durante a pandemia, quando o isolamento social era mais intenso, as buscas por “amor próprio” possivelmente refletiam a necessidade das pessoas de dedicarem mais atenção a si mesmas e lidarem com sentimentos de solidão e desamparo. Com o retorno gradual à vida cotidiana, muitos indivíduos podem ter incorporado práticas de autocuidado em suas rotinas, como meditação, exercícios físicos e tempo dedicado a si mesmos.
A especialista ressalta que o amor próprio é uma conquista pessoal que vem acompanhada do autoconhecimento, do entendimento de defeitos e qualidades, da aprendizagem com erros e da capacidade de se perdoar. Apesar da queda nas buscas, o Brasil ainda é o país da América do Sul com maior interesse por amor próprio nos últimos 12 meses, e ocupa a sexta posição nas buscas globais sobre o tema, ficando atrás de Filipinas, Japão, Índia, Jamaica e Nepal.
Portanto, o cenário atual aponta para uma possível mudança de comportamento dos brasileiros em relação ao cuidado com o amor próprio, indicando uma maior integração de práticas de autocuidado na rotina diária. Essa tendência pode refletir uma maior conscientização sobre a importância de se dedicar tempo e atenção para si mesmo, contribuindo para o bem-estar e a saúde mental da população.