Anteriormente, em 2018, apenas 16 universidades federais realizavam o processo de heteroidentificação. No ano passado, já eram 66 instituições adotando as bancas e, mais recentemente, as três últimas, Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Universidade Federal de Rondônia (Unir) e Universidade Federal da Paraíba (UFPB), também adotaram o mecanismo.
A avaliação realizada pelas bancas é fenotípica, baseada em características físicas observáveis como cor da pele, cabelos, formato do nariz e boca. No entanto, os critérios e modelos de averiguação variam de acordo com cada universidade e podem incluir avaliações por foto, vídeo, entrevistas presenciais ou via videoconferência.
A Lei de Cotas, que prevê a reserva de metade das vagas nas universidades federais para estudantes que cursaram o ensino médio em escola pública, tem enfrentado desafios com o surgimento de denúncias de fraudes. Essas alegações levaram à implementação das bancas de heteroidentificação, que têm sido objeto de polêmicas, especialmente após casos como o dos estudantes da USP que tiveram suas matrículas canceladas e posteriormente restabelecidas por decisão judicial.
Apesar das controvérsias, especialistas e membros das bancas têm se pronunciado a favor da tolerância na avaliação dos candidatos, especialmente daqueles que se autodeclaram pardos, que correspondem a mais de 45% da população brasileira. A busca por um equilíbrio entre a aplicação rigorosa das medidas e a garantia de acesso às oportunidades educacionais tem se tornado um tema relevante no debate acadêmico e político do país.