Senadores da CPI da Pandemia pedem desarquivamento de pedidos de indiciamento contra Bolsonaro e ex-ministros em reunião com PGR.

Em um encontro que repercutiu nos corredores do Senado, senadores que integraram a CPI da Pandemia se reuniram com o procurador-geral da República, Paulo Gonet, para pleitear o desarquivamento de pedidos de indiciamento contra figuras proeminentes do governo, como o ex-presidente Jair Bolsonaro, os ex-ministros da Saúde Eduardo Pazuello e Marcelo Queiroga, além de parlamentares e empresários. A iniciativa surge após o antecessor de Gonet, Augusto Aras, ter negado os pedidos de abertura de inquérito contra os citados no relatório final da CPI, que recomendou a responsabilização de 66 pessoas físicas e duas pessoas jurídicas por possíveis crimes cometidos durante a pandemia.

O senador Randolfe Rodrigues, membro da comissão, destacou a receptividade do procurador-geral em relação ao trabalho realizado pela CPI, salientando que Gonet reconheceu a seriedade das investigações conduzidas ao longo de seis meses de trabalho minucioso. Rodrigues ressaltou a importância de garantir que não haja impunidade diante das mais de 700 mil vítimas fatais da pandemia no Brasil.

Por outro lado, o senador Marcos Rogério expressou descontentamento com a iniciativa dos seus colegas, criticando a postura de requerer o desarquivamento dos processos com base em supostas inconsistências das narrativas apresentadas. Para Rogério, não há fundamentos sólidos que justifiquem uma revisão dos casos já arquivados por falta de provas.

Diante da recusa de Aras em prosseguir com os pedidos de ação penal, dos quais apenas um encontra-se em tramitação na Justiça Federal no Amazonas, a CPI busca reverter a decisão por meio de recursos no Supremo Tribunal Federal. O relatório final do senador Renan Calheiros, que contém mais de mil páginas, foi aprovado ao final de seis meses de intensas investigações, incluindo não apenas pedidos de indiciamento, mas também sugestões de projetos de lei para prevenir futuras crises de saúde pública no país. O desfecho desse embate entre o Legislativo e o Ministério Público Federal promete continuar rendendo debates acalorados nos próximos dias.

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