No comunicado divulgado após a reunião, o Copom justificou a decisão baseada na necessidade de maior flexibilidade diante da elevação da incerteza econômica. O tom do comunicado indicou que, embora haja previsão de mais um corte de 0,50 ponto percentual na próxima reunião, prevista para maio, não há garantias de novas reduções nos encontros posteriores.
Analistas de mercado já esperavam essa mudança de postura, uma vez que os indicadores econômicos mostraram uma recuperação mais forte do que o antecipado, o que pode impactar a inflação. Em contrapartida, nos Estados Unidos, o Federal Reserve optou por manter suas taxas inalteradas, sem indicar uma possível redução no futuro próximo.
A decisão do Copom de manter uma postura “contracionista” na política monetária tem gerado diferentes projeções entre as instituições financeiras. A XP Investimentos, por exemplo, projeta uma Selic de 9% ao final do ciclo de cortes, mas com um possível viés de alta, enquanto a Nova Futura Investimentos revisou suas projeções para 9,5% ao final de 2024.
A Capital Economics acredita que o BC pode reduzir o ritmo de queda da taxa em breve, indicando a possibilidade de um novo corte de 0,50 ponto na próxima reunião do Copom, em junho. A consultoria prevê que, devido à força do mercado de trabalho e à inflação em serviços, o Copom pode optar por cortes de 0,25 ponto nos encontros seguintes.
Portanto, a decisão do Copom de reduzir a Selic e manter uma postura cautelosa diante do cenário econômico desafiador sinaliza uma tentativa de equilibrar a política monetária e conter a inflação, ao mesmo tempo em que busca estimular o crescimento econômico de forma sustentável. As projeções futuras ainda são incertas, dependendo da evolução dos indicadores econômicos tanto no cenário interno quanto no externo.