Tradição cultural maranhense: Conheça o Boi de Nina Rodrigues e sua luta por preservar a história e a cultura popular.

As ruas do estado do Maranhão estão mais vibrantes do que nunca com a chegada do mês de junho, pois é nesse período que os grupos de ‘Bumba Meu Boi’ ganham vida e cor, fazendo parte de uma das tradições culturais mais emblemáticas da região. Com mais de 90 grupos em atividade na região metropolitana de São Luís, um dos destaques é o Boi de Nina Rodrigues, liderado pela artesã Concita Braga, que mantém viva a tradição há mais de três décadas.

O Boi de Nina Rodrigues pertence ao sotaque de orquestra, utilizando instrumentos de sopro e cordas para perpetuar a cultura maranhense. Segundo Concita, o grupo busca resgatar a cultura por meio da música, poesia e arte, preservando a história e a cultura popular. A tradição do ‘Bumba Meu Boi’ mescla elementos da religiosidade católica e da cultura indígena, celebrando a devoção aos santos juninos através de danças e cantos que contam a história da morte e ressurreição do Boi.

Classificados por sotaques como matraca, zabumba, orquestra, costa-de-mão e baixada, cada grupo possui suas especificidades em ritmos, instrumentos, danças e personagens. Em 2019, o Complexo Cultural do Bumba Meu Boi do Maranhão foi reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade.

O Boi de Nina Rodrigues, também conhecido como “Brilho da Balaiada”, em referência a uma revolta popular ocorrida na região, tem uma história rica e marcante. Ao longo dos anos, o grupo gravou CDs e vinis, colaborou com artistas locais e se apresentou em vários estados do país, inclusive desfilando na escola de samba Beija-Flor de Nilópolis, em 2012.

Com mais de 160 brincantes, a maioria mulheres dedicadas à cultura, o Boi de Nina Rodrigues mostra a importância da presença feminina na liderança e criação do espetáculo. Concita Braga destaca a importância de resistir e lutar por um pavilhão, buscando manter viva a tradição e encantar o público com a dança, a alegria e o amor pela cultura maranhense.

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